sábado, 30 de abril de 2011

AGENTE ETIOLÓGICO: SCHISTOSOMA MANSONI - CLASSE TREMATODA

Local: Sistema porta hepático (veias próximas à parede intestinal).
Os adultos desta espécie habitam as veias intestinais.
Eles são dióicos com dimorfismo sexual, sendo que o macho mede de 6 a 10 mm de comprimento e 0,5 mm de diâmetro.
Existe um sulco ventral que estende-se por quase toda extensão do corpo do macho e neste sulco acomoda-se a fêmea, que é mais longa (15 mm), porém mais fina (figura 1).
Após a postura dos ovos, a fêmea estira-se do sulco do macho ou o abandona.
Os ovos depositados perfuram a parede intestinal, causando sangramento e passam desta maneira para o interior do intestino e daí para o meio externo junto com as fezes.
Esquistossomose
Figura 1 - Schistosoma mansoni, macho e fêmea durante a cópula.

CICLO DA DOENÇA

Os ovos que saem com as fezes de um homem infectado ao atingirem a água, eclodem em uma larva ciliada chamada miracídeo. Esta penetra num caramujo planorbídeo do gênero Biomphalaria.
No interior do caramujo, o miracídeo sofre reprodução assexuada, originando cerca de 200 esporocistos que vão produzir novas larvas chamadas cercária.
Cada miracídeo pode gerar até 1000 cercárias.
As cercárias abandonam o caramujo e tornam-se livre-natantes. Ao entrar em contato com o homem, elas penetram pela pele, infectando-o.
A cercária é levada pela corrente sangüínea aos pulmões, fígado e finalmente se desenvolve nas formas adultas nas veias intestinais, onde se reproduz, como anteriormente descrito, reiniciando o ciclo (figura 2).

SINTOMAS

Mal-estar, cansaço, febre alta
Emagrecimento
Diarréia, fezes sanguinolentas
Cólicas hepáticas e intestinais
Hepatomegalia (dilatação do fígado)
Ascite (barriga d’água)

PROFILAXIA

Educação sanitária
Saneamento básico (redes de esgotos)
Eliminação do caramujo
Evitar contato com água contaminada
Ciclo de vida de Schistosoma mansoni.
Figura 2 - Ciclo de vida de Schistosoma mansoni
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Fonte: biologia.ifsc.usp.br
ESQUISTOSSOMOSE
Esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo.
A transmissão desse parasita se dá pela liberação de seus ovos através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos para se alojar. Se os encontram, porém, dão continuidade ao ciclo e liberam novas larvas que infectam as águas e posteriormente os homens penetrando em sua pele ou mucosas.
A esquistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados brasileiros, principalmente os do Nordeste.
Esquistossomose

SINTOMAS

A doença tem uma fase aguda e outra crônica.
Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e emagrecimento.
Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarréia podem alternar-se com períodos de obstipação (prisão de ventre) e a doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado (hepatomegalia) e cirrose, aumento do baço (esplenomegalia), hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago, e ascite ou barriga d’água, isto é, o abdômen fica dilatado e proeminente porque escapa plasma do sangue.

RECOMENDAÇÕES

·Esteja atento às normas básicas de higiene e saneamento ambiental. Evite contato com a água represada ou de enxurrada que pode estar infestada pelo parasita;
Saiba que os caramujos podem ser combatidos de várias maneiras diferentes: por controle biológico, químico e das condições do meio ambiente. Como seu habitat natural preferido são lugares com pouca água e correnteza, algumas medidas podem ser tomadas como drenar, aterrar ou aumentar a velocidade da água na área em que vivem. O controle biológico pode ser exercido por animais que se alimentam dos caramujos (peixes, patos, etc) e o químico pelo uso de moluscocidas;
Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver que entrar em contato com águas supostamente infectadas;
Cabem às autoridades sanitárias a destruição do habitat das larvas e o trabalho de informar a população. Isso não isenta ninguém da responsabilidade de alertar as pessoas, principalmente as que vivem em áreas presumidamente infectadas.

TRATAMENTO

O tratamento da doença pode ser feito com medicamentos específicos que combatam o Schistossoma mansoni. Uma nova droga quimioterápica, o hicantone, já se mostrou eficaz para curar a doença na grande maioria dos casos.
No entanto, educação sanitária, saneamento básico, controle dos caramujos e informação sobre o modo de transmissão da doença são medidas absolutamente fundamentais para prevenir a doença..
Fonte: drauziovarella.ig.com.br

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